O porquê das coisas

Meus caros, camaradas, companheiros, amigos:

Aqui me exponho culpado pelo duplo-crime de ter faltado aos dois primeiros treinos da época. Porquê? Porque fui chamado para dois treinos da selecção nacional em Braga. Um antes do jogo com o Chipre, o outro imediatamente a seguir. No primeiro estive a adquirir conhecimentos na vertente atacante do jogo, principalmente pelas alas, tendo para isso recebido lições em bom português dadas pelo Coentrão, pelo Quaresma e pelo Nani. O futebol lateral dos veteranos do Serzedo não mais será o mesmo. 

No segundo treino, a seguir ao empate com Chipre, foi a vez de eu retribuir. Sentados a toda a largura do grande círculo no relvado do 1º de Maio, os nossos internacionais escutaram com toda a atenção as fabulosas histórias de heróis defensivos e de homens fortes como esteios. Semeei os mitos Quim Zé, Tino, Aniceto, Cunha, Zé Grande, Hélder ou Carlos Couto.  O Ricardo Carvalho e o Bruno Alves juraram que vão seguir estes modelos já na Noruega. O Eduardo ficou encantado com as histórias da defesas do Alves e prometeu não voltar a sofrer quatro golos num jogo. Portugal vai defender melhor à custa dos veteranos do Serzedo.

Quando vinha embora, e sem que o Agostinho Oliveira conguisse reparar, veio ter comingo o Amândio de Carvalho. Fez-me perguntas concretas e quis saber se o Ramos tinha disponibilidade imediata. O vice- presidente da federação ofereceu o lugar de adjunto ao Arménio e disse que quer ver o senhor Lucas no lugar do Carlos Godinho. Respondi que não andamos nisto pelo dinheiro e que apesar da honra do convite, também nós tememos o controlo anti-doping. Em nome de todos, declinei a oferta. Vamos continuar a ser Serzedo!

O vosso ex-mais novo,
António "Pedrinha" Reis